Galera da Pedal Alpha que levei até a Represa do Alto Cotia


No primeiro final de semana de 2015, surgiu a ideia do Silvio, grande amigo e dos meus primórdios no Mountain Bike, de fazer um pedal aqui pela minha região. Elegi a volta da Represa saindo do Parque Cemucam e a acessando pela Trilha do Verde. 

O pedal dispensa comentários. O que me surpreendeu foi conhecer a turma dele e o astral dessa galera! 

Como imagens sempre falam mais que palavras, confira o vídeo absurdamente bem preparado do Ogg Ibrahim, mais um novo amigo que a bicicleta me proporcionou!

Volume Morto na Represa - Cenas fortes! Não assista se não tiver coragem!

Copa São Roque de XCO e XCM Amador 2014

Eternizando nossa parceria
2014 passou longe de ser um ano da minha constante presença nas provas e competições. 

Depois de um 2013 com inúmeras participações, foi raro em 2014 estar presente em alguma prova. A vida pessoal, profissional e social pediram passagem. Não que tenha desistido de pedalar, nada disso! Os pedais estavam semanalmente em dia, apenas sem muito compromisso de performance, mas sim garantindo nossa diversão e saúde. 

Mas uma prova me chamou a atenção. Chamou atenção do Gustavo também. Fim de ano, os pedais mais frequentes, Gustavo evoluindo bastante, me deparo com uma prova no formato que eu penso ser ideal: XCO no sábado, (no mesmo circuito da Copa Internacional) e XCM no domingo. Pertinho de casa, em São Roque, SP e por um preço acessível/justo. Que tal reviver o clima competitivo? Bora! 

A prova olímpica de sábado foi dura. Os pouco menos de 3km do circuito, relativamente úmido, eram extremamente técnicos, o que nos agrada bastante. 
Gustavo evoluindo a cada dia
Na largada imprimi o meu melhor ritmo, visando me livrar do tráfego de ciclistas que tem mais dificuldade em ultrapassar os trechos mais difíceis. Não me preocupei com o Gustavo, afinal ele vem demonstrando muito domínio da bike e das situações sobre ela. 

Abri uma relativa distância nesse esforço inicial da prova, o que me custou algum cansaço na segunda volta. Era hora de administrar e manter um ritmo mais confortável. Aliás era difícil se manter confortável naqueles obstáculos constantes. 
Gustavo ampliando o ritmo
Num determinado momento da terceira volta, olho para trás e vejo o Gustavo se aproximando. Rapidamente ele me alcançou. Ele também conseguiu se livrar do tráfego e viemos juntos para finalizar a prova. Alguns ainda me perguntaram "Esperou seu filho?" Respondi que não, para surpresa de muitos. Honestamente eu sei que não esperei. Fiz o meu melhor e ele chegou junto comigo por méritos exclusivamente dele! Eu não caibo em mim de orgulho! 

Livre do tráfego no single track
Ao final da prova a constatação! Fruto de uma performance especial, Gustavo faturou a primeira colocação no XCO! 

Pequeno no tamanho e gigante na vontade de vencer
Troféu do Gustavo
No domingo de manhã, novamente nos dirigimos pra São Roque. Agora era a prova de Maratona, com cerca de 30km e mais de 1.100 metros de ascensão acumulada. Era a garantia de muitas subidas longas e inclinadas. 

Manhã de domingo com MTB e o prestígio da Isa! 
Sempre bacana rever os amigos e confraternizar. Amigos aliás, que só a bicicleta pode proporcionar ao mesmo tempo em quantidade e qualidade! 

Largamos para a Maratona com um atraso de 1 hora. Há sempre uma grande diferença na temperatura, mas não foi motivo para nos desanimar. 
Fechando a Maratona! 
Novamente fiz a prova no meu ritmo, sem me preocupar com o Gustavo. 
Cruzando a linha de chegada
Ao terminar a prova, o contabilizei que o Gustavo não precisou de mais que 10 minutos além de mim para concluir a mesma distância. Mostrou que não apenas em circuito confere bom desempenho! Parabéns Zé! 

Quando voltei ao circuito para fotografá-lo, nem precisei de muito para vê-lo chegar! 
Confraternizando com o amigão Douglas na chegada
Para variar, Gustavo garantido no pódio, mesmo contra mais e mais fortes adversários! 
Não é o tamanho nem a força dos seus músculos, mas a inteligência, atitude e vontade de vencer! 
Links do Strava: 



Até a próxima! 

Brasil Ride 2013: As etapas!


Enfim chegou a hora de ir para a Bahia e assim enfrentar as duríssimas etapas da Brasil Ride. Vamos a elas:  

Etapa -1: 15/10 a 19/10

Sim, houve essa etapa que chamei de "menos 1"... Eu e o Vini nos programamos de viajarmos de carro os pouco mais de 1.800 kms até Mucugê, BA. A saída seria na tarde da quinta feira, dia 17 quando iríamos até Rezende no Rio de Janeiro, onde passaríamos a noite na casa da Patricia namorada do Vinícius. Na manhã da sexta, dia 18, seguiríamos a viagem com previsão de chegada na madrugada de sexta para sábado, dia 19 na arena do evento, pois no dia 20 já haveria a 1ª etapa, o Prólogo!

Um enorme imprevisto aconteceu! Meu filho fora internado com uma crise intestinal aguda que, podia ser ainda uma apendicite ainda na noite de terça feira, dia 15. Havia a possibilidade de uma cirurgia a qualquer momento. Na quarta feira pela manhã a cirurgia não foi necessária, porém ele permaneceu internado.

Na quinta feira, data que nos programamos para iniciar a viagem, estivemos eu e minha esposa conversando com os médicos que o assistiam. Não havia um diagnóstico preciso, porém já começava a possibilidade de descartar a cirurgia. O diagnóstico começou a mudar para uma colite aguda, assim ele permaneceria internado. Fiquei muito preocupado. Como eu viajaria com aquela situação? E se a situação dele piorasse? Fiquei dividido, mas se houvesse qualquer piora do quadro dele, eu cogitei desistir do Brasil Ride. Seria muito doloroso perder todo o planejamento que fizemos. Se seria frustrante para mim, não consegui imaginar, ou mensurar como seria para o Vinícius...

Trabalhei uma parte daquela quinta feira, e minha esposa ficou no hospital o acompanhando. A todo instante colhia as informações a respeito do quadro dele e, dentro das possibilidades, as informações a respeito da evolução eram boas.

Na quinta a noite fui para o hospital. Conversei com minha esposa, minha filha e meu filho, alí internado. Eu precisava de segurança para decidir a viagem. Meu filho se mostrou preocupado com minha situação e minha viagem e disse que ia melhorar. Ele sempre se mostra maduro e forte nesses momentos. A decisão só surgiu com nossa mentalidade positiva nessa hora. Sabíamos que ele ia melhorar e que estava sob bons cuidados. Assim, com o consentimento da minha família, decidi que viajaria, mesmo com meu filho internado. Não foi fácil... Não me senti bem... Mas se eu perdesse a viagem e a prova por adiar a viagem em mais um dia, e ele tivesse alta em seguida? Seria ótimo pela alta já desenhada, mas frustrante demais pela perda de um planejamento feito a tempos... Liguei para o Vinícius e assim decidimos que sairíamos na sexta as 5 da manhã.

Naquela noite de quinta saí do hospital e corri pra casa. Em função das indefinições não havia arrumado totalmente as bagagens, equipamentos e demais itens da viagem. Fiquei até umas 2 da manhã arrumando e acondicionando tudo. Malas, bike, suplementos, peças sobressalentes, roupas, medicamentos, higiene e limpeza, etc. Teria cerca de 2 horas de sono para a chegada do Vinícius em casa para me pegar. Um banho rápido e bora tirar um rápido cochilo.

Suficiente para 7 dias de ultra maratona
Meu despertador, por erro meu, não tocou as 5 da manhã. Só fui acordado as 7:30h com o Vinícius do outro lado do telefone implorando desculpas. Ele também perdeu a hora! 8 e alguma coisa ele chegou.

Num esquema de equipe de fórmula 1, arrumamos tudo dentro do carro e pouco antes das 9h já estávamos na estrada. A primeira parada seria em Rezende, RJ, assim a Patrícia daria um beijo no Vini e nos desejaria boa sorte para continuarmos o que eu chamei de: Etapa 0!

Em algum lugar entre Sampa e Rio
Etapa 0: 18 e 19/10

Ainda não concluí a etapa "menos 1", afinal meu filho permaneceu internado.

Chamo de etapa 0, uma das fases mais difíceis de toda a viagem. Transcende a prova em cima da bike, pois são 1.800 kms de Cotia até Mucugê, BA, com o tempo escasso devido a todo os atrasos. Era mais uma pressão sobre nós. O Vinícius é tranquilo como todo bom mineiro e isso me deixava um pouco menos ansioso.

Passamos muito rapidamente em Rezende RJ. Patrícia com seu sorriso e simpatia habitual, nos desejou sucesso na viagem e na prova. Também pediu que voltássemos, principalmente seu namorado, inteiros. A partir dali a viagem seria uma longa jornada de pouco mais de 1.500 kms.

Vini: The Driver
Parada para o almoço e definimos que a partir dalí atravessaríamos Minas Gerais e iríamos até próximo a divisa com a Bahia, quando pararíamos em algum hotel beira de estrada para dormir e seguir viagem na madrugada de sábado.

Observem que da manhã daquela sexta feira até a tarde, apenas o Vinícius havia dirigido. O cansaço inevitavelmente chegou. Quando estávamos cruzando a região central do estado de Minas Gerais, pouco antes de escurecer assumi o volante para o Vini descansar um pouco como passageiro. Estimamos parar por volta das 11 da noite numa cidade já próxima a Bahia que sempre despertou minha curiosidade. Teófilo Otoni, MG, onde nasceu e cresceu minha mãe. Ao chegarmos numa cidade antes, fizemos a parada para abastecimento do carro e para comermos e bebermos. Já eram mais de 10 da noite e eu me sentia bem. Queria chegar o mais cedo possível na arena Brasil Ride no sábado. Propus ao Vinícius de dirigir a noite toda, de não pararmos na terra da minha mãe, mesmo com minha toda a minha curiosidade. A idéia era amanhecermos já dentro do território baiano. Tenho dificuldade de dormir com o carro em movimento. Ele consegue dormir bem, dentro das possibilidades e então assim fomos. Foi cansativo, mas as 6 da manhã passei a direção para o Vinícius já em Vitória da Conquista, BA, já na Rodovia que nos levaria a Chapada Diamantina.
BA 142 na região de Ituaçu, Bahia
Quando o Vinícius assumiu o volante me disse que estava ótimo. Eu, no banco do passageiro, tentei dar uma descansada. É muito difícil pra mim, dormir com o balanço, ruídos e a tensão que fico com o movimento do carro, mas mesmo assim consegui alguns rápidos cochilos. O mapa do GPS é precário naquela região. Acabamos nos perdendo e rodamos uns 100 kms a mais nisso, mas o cenário proporcionado pela seca, vegetação de serrado e as infinitas retas na estrada, me proporcionaram uma sensação de que eu realmente não conheço nada do nosso país. Me senti como se estivesse num deserto, de fato. A BA 142, rodovia que liga a Vitória da Conquista a região da Chapada Diamantina, cruza trechos muito secos, pouca vegetação, logo quase não se vê vida ao longo de longos trechos da estrada.
A rodovia BA 142 continua por dentro da Cidade de Barra da Estiva, BA
Após Barra da Estiva ao longo da BA 142, podemos avistar a Serra do Sincorá, um dos cartões postais da Bahia.
Serra do Sincorá, vista da BA 142
Um pouco mais de estrada e então, no sábado ainda antes das 11 da manhã, chegamos a Mucugê. Mucugê é a cidade que recebe o Brasil Ride. Simpática, de clima agradável, ainda que quente, mas sim muito agradável.
Enfim, Mucugê BA
Não tinha a mão a programação exata da prova, mas pude constatar a incrível infraestrutura da prova. A enorme tenda do restaurante, o lounge, a área de dispersão do público e competidores, as barracas que hospedam uma boa parte dos atletas, etc.

A incrível infra e Arena Brasil Ride em Mucugê BA. A tenda maior é o restaurante e anexo a cozinha. Do lado esquerdo, ao lado do pórtico o Lounge, as barracas vermelhas, numa delas que me hospedei. Observe o tamanho dos caminhões. Tudo alí é impressionante! 
Assim que chegamos, ainda exaustos da viagem, procuramos um lugar para um café da manhã atrasado. Achamos uma pequena e confortável confeitaria/padaria/lanchonete. De lá voltamos a arena Brasil Ride onde nos informamos que a entrega dos kits, seria apenas a partir das 14h.

Mesmo exaustos, retiramos parte dos equipamentos do carro. Montamos as bikes e partimos pra conferir os ajustes se permaneceram intactos ao longo da viagem.

Eu praticamente não tinha dormido e mesmo assim combinamos de fazer uma volta de reconhecimento do prólogo. Seria importante para nos ajustar ao clima, ambiente e entender o nível da etapa e, porque não, encontrar macetes para superar uma das mais técnicas das etapas.
Nosso objetivo pelos próximos 7 dias
Pra mim aquilo era a realização de um sonho. Mas a alegria só ficou realmente completa e de verdade, quando liguei pra minha esposa e soube da alta do meu filho! Yeeeaaaaahhhhhh!

Ao começar a pedalar, o suor veio ao rosto e todo o cansaço da viagem, como num passo de mágica, desapareceu. Curti demais o prólogo e seus pouco mais de 20km. O Vinícius teve a corrente partida quando foi superar uma pedra, mas ainda bem que isso ocorreu no reconhecimento. Preparado que estávamos, rapidamente colocamos um power link e terminamos o reconhecimento. Assim finalizamos a Etapa "menos 1" e também a 0!

Link do Strava: Strava Ride

Agora, depois de toda a sua paciência de ler as "etapas" imaginárias, a prova começa de verdade!

Depois de uma tarde agradável, retiramos nossos kits de prova, escolhemos nossas barracas, tomamos banho, (Mais de 36 horas depois de iniciada a viagem e com um plus, mais 2h de pedal...) uma merecida noite de descanso, mesmo que na pequena barraca que foi absurdamente revigorante.
Selfie na Barraca com toda a tralha necessária para a prova
Amanhece, é domingo! Dia do prólogo!

Etapa 1: Prólogo

Perfil da Prólogo
Já sabíamos o percurso e que nossa largada seria as 12:32h. Curtimos muito aquilo tudo. Não tenho a dimensão do que representou Woodstock para o Rock´n Roll, mas num dos meus devaneios, concluí que aquilo seria a minha Woodstock do Mountain Bike! Muitos dias voltados a maior invenção que o homem realizou, na minha opinião: A bicicleta!

Bora pra largada!
Largada!
Início do trecho off road
Travessia de riachos
Baixamos em quase 30 minutos nosso tempo realizado no reconhecimento.

Link do strava: Strava Ride

Das 71 duplas e pra quem tinha como objetivo principal completar a prova, fizemos um excelente prólogo! 

Vídeo Oficial da Etapa

Slide Show da Etapa

Etapa 2: Mucugê / Rio de Contas

Essa é a etapa mais longa de toda a prova. Um deslocamento entre cidades da Chapada Diamantina. Era aí que todos os meus temores estavam. Como seria pedalar de MTB mais de 147 kms e escalar mais de 3.300 metros de altitude acumulada? Será que eu teria caimbras? Será que eu ia passar mal? Será que eu iria aguentar? Nunca fizera nada próximo disso, mas treinei o suficiente para encarar!
Amanhece em Mucugê 
As dúvidas eram muitas, mas depois de um ótimo jantar na noite anterior, e uma noite de descanso, acordamos as 4:40h, pois as 6:00h seria a largada. Despachamos nossas coisas para o caminhão pouco depois das 5:00h. Caprichamos muuuuuito no café da manhã, além de montarmos sanduíches para levar em nossas mochilas, pois esses seriam nosso almoço dentro do temido Vietnã.

A largada ocorreu ainda amanhecendo e debaixo de uma fina garoa. Tínhamos em mente agrupar em algum pelote na largada para ganharmos tempo e nos pouparmos do esforço. Acontece que ao encaixarmos em um grupo, notei que ainda estava com a barriga muito cheia do café da manhã. O Vinícius estava muito confortável e eu acima do que entendia para o começo da etapa. O avisei que minha frequência estava acima dos 164 bpm e desconfortável com a barriga muito cheia. Nessa hora faz toda a diferença de trabalhar em time e, mesmo com capacidade de sobra, o Vinícius teve toda a paciência em deixar o pelote e passar a fazer o meu ritmo.

Passado não muito tempo, a comida foi digerida e mais confortável consegui melhorar a performance, mas não o suficiente para estar próximo do que estava desenvolvendo o Vinícius. O homem é uma máquina! Ainda assim, seguíamos rumo ao Vietnã!

Um coisa chata nos aconteceu... Num dos trechos de alta velocidade, em curva a esquerda, quando eu estava a frente o Vinícius se perdeu e sofreu um acidente. Foi assustador pelo barulho que ouvi e, ao me virar, ver a quantidade de poeira que seu corpo e a bike levantaram enquanto esfregavam pelo solo.

Talvez a calibragem do pneu dianteiro não estivesse adequada, ou a própria aderência do pneu não era propícia para aquele terreno. Isso já era passado. Hora de conferir e superar os estragos.

Ajudei o Vinicius a lavar e limpar as não poucas escoriações na perna esquerda dele. Temi por ele não suportar as dores e acabarmos nossa corrida por alí. Vinícius se mostrou muito forte, mesmo machucado e com falta de confiança ainda caiu mais 2 vezes sem maiores consequências mais a frente. Ainda assim fechou a cara, cerrou os punhos, soltou um palavrão, mas seguiu firme e forte! Recuperou a confiança!  

A entrada do temido Vietnan. Úmido com lama, muitas pedras, desce da bike, carrega a bike, sobe na bike e isso se repete por dezenas de vezes... Era um forno de mais de 13 kms, dos mais longos de MTB que eu já fiz.
Dentro do Vietnan fizemos nosso "almoço". A estratégia de montarmos sanduíches garantiu nossa alimentação alí dentro, sendo uma parada essencial para reposição e curto descanso. Acertamos!

Na saída do Vietnan, tive meu momento de glória! Fui fotografado dentro do riacho da saída do trecho e essa foto girou o mundo pelo site internacional de ciclismo www.cyclingnews.com. Sim, eu estava exposto ao mundo do MTB.

Minha foto mundial! 
Os últimos 20 kms da prova, reservava uma serra de mais de 12 kms. Até sair do Vietnan eu confesso que me sentia muito bem. Bike idem. Mas da metade pra frente da serra, depois de quase 9 horas pedalando eu cansei... Precisei humildemente descer da bike e empurrar um pouco. O Vinícius pacientemente girava um pouco e me esperava. Éramos um time e o Vinícius soube administrar todos esses momentos em que eu não estava a altura dele.

Finalizada a serra, ainda lá do alto já pude avistar a cidade de Rio de Contas, aquilo teve um efeito absurdo na motivação e descemos os últimos 5 kms para finalizar o meu maior desafio em um dia de MTB!
Confraternizando a chegada com os amigos Emerson Furlaneto e Luis Mota
Sim, vencemos a tão temida segunda etapa! Sem cãibras, com sofrimento, com acidentes, com dor e muito suor, mas Vencemos! O apoio do Vinicius no final dessa etapa foi fundamental para mim! Sem palavras meu PARCEIRO!

Link do strava: Strava Ride

Era de se esperar que não manteríamos a performance e posição do prólogo, mas ainda assim estávamos plenamente satisfeitos com a meta cumprida e seguimos vivos na meta de sermos finishers! 
Vídeo oficial da etapa
Slide show da etapa

Etapa 3: XCO - Rio de Contas

Essa é a única etapa que as duplas podem correr individualmente. Isso mesmo, cada atleta poderia fazer no seu ritmo, porém o tempo de ambos é somado.

Mapa e perfil altimétrico da etapa
O circuito é fantástico! Pouco menos de 7km e 5 voltas no total, ou seja, o primeiro que completar as 5 voltas encerra a prova. Claro que no nosso nível não completaríamos as 5 voltas no tempo do líder e para cada volta que déssemos a menos que o vencedor, ganharíamos 1 hora de "penalty".

Parece uma punição dura, mas ao analisar que isso vale para todos, acaba sendo um método de qualificação das duplas, mais justo.

Nessa etapa é que encaramos o Downhill da igreja, onde o padre nos molha com água benta, cruzamos um riacho, passamos por entre as barracas, ou seja, é um XCO com situações muito interessantes!

DH da Igreja
O Vini conseguiu abrir a quarta volta e eu, por alguns minutos, não consegui abrir a quarta volta. Como não zerei o DH da igreja em nenhuma das 3 voltas que dei, arrisco dizer que na quarta volta eu o faria! hehehe!
Subidinha encardida pra alcançar a Igreja
Nesse dia é que as "sociais" mais rolam. A prova acaba relativamente cedo, comparando com os demais dias e acabamos podendo tomar uma cerveja, comer em algum dos restaurantes de Rio de Contas e apreciar a culinária baiana. Ainda fomos convidados para um banho de cachoeira, mas a caminhada, o calor e os riscos dessa atividade não nos empolgaram muito. Acabamos almoçando no restaurante mais "point" da praça central, comemos muito bem e passamos o resto da tarde a toa, cuidando da gente e das bikes.

Um dos trechos do circuito. As pedras são brancas e lindas paisagens de Rio de Contas puderam ser apreciadas
Nesse dia o Henrique Avancini deu um "couro" no gente finíssima e acessível Yamamoto. O Simpático japonês fechou a cara na chegada, mostrando uma versão dele que ainda não conhecíamos. A do mal humor.
Avancini impondo uma de suas primeiras vitórias em um competidor World Cup, Kohei Yamamoto
Link do Strava: Strava Ride
A grande diferença de tempo se dá pelas voltas acima do líder
Vídeo oficial da etapa

Slide Show da etapa

Etapa 4: Rio de Contas

A quarta e quinta etapa tem largada e chegada no formato trip trail, saindo e chegando no mesmo ponto.

Nessa etapa nosso sofrimento foi maior que o planejado. Seguimos o script e estratégia que vinha dando certo. Comer bastante no café da manhã e prepararmos sanduíches para comermos de almoço nas etapas longas. Assim fizemos. A surpresa começou quando com a km informada pela organização do posto de hidratação, chegamos e não havia nada... Mais 2km e nada... Mais 5km e nada... Como saí com água apenas na mochila, ela secou... Eu honestamente não esperava ter pane seca em nenhuma etapa. Me irritei muito!
Os planejados 84km se tornaram na verdade mais de 102km com o erro da organização
Depois de 44km pedalados, com um mal humor terrível, alcançamos o posto de hidratação mais de 10km a frente do informado e planejado. Na dúvida de haver mais algum erro, além da mochila de hidratação, enchi a garrafinha e me alimentei hidratei até onde aguentava. O calor já beirava os 39 graus antes dos 50km.

A sequencia de single tracks em descida dessa etapa é alucinante!

Descidas técnicas e muito perigosas
Um calor absurdo, mas atenuado com vegetação

Vini dando aqueles empurrõezinhos básicos no final da última serra 
Nessa etapa cruzamos lugares fantásticos! Paisagens muito bonitas! Um contraste de solo amarelo arenoso, mata verde em várias tonalidades, flores amarelas e o brilho do céu azul na água dos açudes e lagos. Coisas que só quem conhece a chapada consegue dimensionar!

Um calor que convida a empurrar a bike na subida...
Mais um pouco de força...
Quase vencida a subida...
Sim, mais uma subida vencida! 
Também nesse dia tivemos nosso primeiro problema mecânico com a bike, nem tão mecânico assim, mas o pneu do Vini rasgou em uma pedra e perdeu o líquido selante. Prevenido como é, fez um tipo manchão no pneu e colocamos uma câmara de ar para continuarmos em frente.

40 graus e a forma encontrada de resfriar
Ao terminar a prova, deixei a bike no wash bike e fui tentar encontrar alguém da organização pra entender o que deu errado com o percurso. Encontrei logo de cara o organizador, o Mario Roma. No olhar dele uma expressão de tristeza que me "desarmou". Como tinha finalizado bem a etapa, mesmo com os contratempos, perguntei onde era o caixa. Ele não entendeu e devolveu "Caixa? Como assim, que caixa?" aí eu perguntei onde eu pagaria pela quilometragem a mais pedalada na etapa. Ele riu bastante!

Parece que atenuei um pouco a tristeza dele. Mas não foi difícil perceber a cara de sofrimento de inúmeros bikers, quando não, o péssimo humor pela "agradável surpresa" de pedalar quase 20km a mais do que o planejado.

Também notei que a metade da sola da minha sapatilha esquerda ficou pelo caminho. Temi que a outra parte e que ainda permitia clipar, também ficasse pelo caminho e prejudicasse as demais etapas. Uma tenda de um bike shop de Brasília resolveu o meu problema com o último par de sapatilhas com meu tamanho de pé. Ufa!

Ainda no jantar pude constatar a ausência de música nos minutos que antecedem a premiação, resumo do dia e o briefing da próxima etapa. Mario Roma e demais membros do seu staff, se apresentaram e colocaram um sonoro e longo pedido de desculpas pelo erro. Não conseguiram identificar onde aconteceu, mas de forma unânime e até que bem humorada, todos nós perdoamos o erro. Afinal, não é sempre que podemos pedalar na espetacular Chapada Diamantina!

Link do Strava: Strava Ride
Um pneu furado e sofrimento da etapa se refletiu no tempo de prova
Um pouco do que descrevi do cenário Diamantino, pode ser visto nas imagens

Slide show da etapa

Etapa 5: Rio de Contas

Mais um dia e o último genuinamente em Rio de Contas, era a certeza de mais um dia de muito calor e de uma etapa muito dura a frente com seus 94km.
Perfil da etapa 5
Novamente o script vencedor a ser observado: Café da manhã reforçado, fazer nossos sanduíches, colocá-los nas mochilas e garantir o almoço ao longo da etapa. Dessa vez, para prevenir uma nova "seca", toda a água possível na mochila e garrafas.

Essa é a etapa onde mais se carrega a bike. Isso mesmo amigos, levar a bike nas costas é uma necessidade constante, tal a dificuldade do terreno em subida que encontramos. Quando a sorte está do seu lado, tudo corrobora para dar certo. A sapatilha que troquei na etapa anterior foi perfeita para superar a quantidade de degraus e pedras que escalamos.
Dessa vez bastante tráfego nos singles. Note o calçado novo do atleta! 
Nas etapas anteriores o Vini deu demonstrações de fantástico companheirismo. Mas nessa etapa eu notei algo que até então foi uma grande novidade. O Vini dava demonstrações de cansaço. Era a minha vez de ter paciência com ele. De dizer palavras motivadoras e fazer o melhor possível pelo meu parceiro, depois de tudo o que ele já tinha feito por mim. Não tenho a mesma habilidade que ele para empurrar o companheiro, mas tentei até onde pude e também desencaixei uma das alças da mochila para ele segurar nas subidas.

Os cenários incríveis da Chapada! 
No início da tarde o Vini pede para pararmos para fazermos nosso "almoço". Pedi para nos deslocarmos mais um pouco, onde talvez encontrássemos um pouco mais de sombra. Uns 20 minutos depois o meu parceiro ficou bravo. "Eu vou parar agora!" Percebi que sombra, na Bahia, por volta das 13h ou 14h seria difícil de encontrar. Deveria tê-lo atendido na primeira sugestão.

Eu sorria e o Vini mais sério. Notem as escoriações na perna e braço dele, consequências do acidente da segunda etapa
Depois do almoço o meu parceiro da disposição das etapas anteriores ressurgiu! E assim seguimos!
Ah! Como é bom descer! 
Mais um cenário fantástico da Chapada
É sempre um prazer, mesmo depois de anos de pedal, poder sentir o prazer de vencer as distâncias com nossas MTB
No pé da última serra, no ponto de hidratação havia Red Bull. Eu não sou muito fã de energéticos em atividade física, então dispensei. O Vini se esbaldou! E foi o incrível o que aconteceu com ele a partir dalí! Ele subiu a serra num ritmo impressionante. Não menos impressionante era o visual da cachoeira cortando a montanha e o asfalto, curiosamente verde naquele trecho! Talvez no vídeo e slide show da etapa fiquem mais fácil de vizualizar.

Finalizamos essa etapa, a última com largada e chegada em Rio de Contas. A próxima etapa, ainda muito dura, seria o retorno para Mucugê e começar a assimilar que o sonho de concluir o desafio de sermos finishers da Brasil Ride, mesmo com toda a dificuldade que ainda tínhamos pela frente, estava sim cada vez mais real. Sem problemas mecânicos, os corpos cansados, mas a cabeça muito boa para entender que o pior já teria ficado para traz.

Link do Strava: Strava Ride

Ainda vivos na quinta etapa! 
O vídeo e as incríveis imagens da quinta etapa
Slide show da etapa 5

Etapa 6: Rio de Contas a Mucugê

Penúltima etapa! Talvez a segunda mais dura, devido a distância, ao calor, ao cansaço acumulado, mas completamente motivante em saber que estávamos a 2 passos de concluir a Brasil Ride! Mas esse passo ainda requereria ainda 143km.

Perfil da etapa 6
Agora era refazer o script da segunda etapa, mas sem pedalar novamente pelo Vietnan. Acordamos pouco antes das 5h, comemos bem e preparamos os sagrados sanduíches. Despachamos as nossas malas para o caminhão e alinhamos para a largada. Destino: Mucugê.

Por ser a nossa primeira ultra maratona, é difícil descrever o turbilhão de sensações, pensamentos e medos que vivemos nesses dias. O sorriso no rosto, a confiança pelo que superamos, suplanta o medo e nos faz pensar que somos homens muito fortes. Uma contemplação de saúde maravilhosa e ao fazer uma rápida retrospectiva dos tempos anteriores a pratica do esporte, perceber que somos mais fortes que maioria das pessoas com quem convivemos. Ao mesmo tempo, todo esse orgulho tem que ser guardado. É inútil pensar assim e viver de forma orgulhosa. Não vai ser suficiente se um erro for cometido, dispensar um pequeno momento como a hidratação, a alimentação, uma distração num trecho técnico, ou desafiar desmedidamente nossos limites. Deve sempre haver muito respeito. Consigo, com o outro e com a Natureza. Dessa forma, encarando os desafios de forma planejada, dedicada e respeitosa, as conquistas nos sorriem em nossos caminhos!

Juntos com a dupla Juliano e Juliana. O Vini, bom samaritano, consertou o pneu da Juliana
Uma etapa longa pela frente. E dessa vez eu me descuidei. Eu cometi um erro grave. Desrespeitei uma regra básica para uma prova de longa duração. A hidratação.

Encaramos trechos em subidas com temperaturas de 45 graus. Sensações horríveis começam a tirar a concentração. Me recusei a beber água, pois nem na mochila e nem nas garrafas, havia água fresca. Isso teve consequências.

Me recusei a beber água em alguns momentos cruciais da prova. Com mais de 45 graus a água mais parecia um chá. Um chá muito indigesto, com gosto do plástico da garrafa e da mochila de hidratação. Num determinado momento as "luzes" quase acabaram. Uma escuridão tomou conta da minha visão. Alí eu tive muito medo! Cheguei a me ver derrotado depois de mais de 500km pedalados nos últimos dias. Me deu muito medo.

Nessa hora, pra quem tem a sorte de ter um excelente parceiro, entende o significado da palavra time! Isso mesmo, nossa dupla era um time, que joga junto, que joga unido! O Vinícius engrossou a voz e com palavras de ordem, me ordenou descer da bike. Me perguntou se eu conseguia andar. Cambaleante, sem parar de me movimentar, caminhei ao lado da bicicleta, quando notei que ele a tirou de mim. Ele, pedalando, ia levando minha bike a frente, e eu reeditando uma cena peculiar a série walkind dead, cambaleava olhando ele abrindo distância, mas eu seguia caminhando, debaixo de um sol absurdo, muito quente, mas eu não queria ver a derrota, sequer de na minha imaginação.

Notei que após pouco mais de uma centena de metros o Vinicius desceu da bike, abria a mochila e preparava algo na minha garrafa. Mesmo com a água quente da mochila dele, ele dissolveu um sachê de eletrólitos e sais (SUUM - Nosso apoiador de suplementos para a prova) e quando eu o alcancei me pediu para beber o máximo que pudesse. Assim o fiz e continuei caminhando em seguida, enquanto ele empurrava minha bike. Fui percebendo que eu estava me recuperando. Minutos depois já me senti seguro em voltar a pedalar. O vento, mesmo que quente, começou a resfriar meu corpo suado e logo a seguir eu voltei ao meu estado normal.
As infinitas retas e os grupos que se formam para poupar energia
A agonia acabou ao chegar no último ponto de hidratação da etapa. Muita água fresca, bolachas, coca cola, e um pequeno descanso me renovou. A partir daquele ponto tínhamos cerca de 30km para finalizarmos a etapa. Mais consciente das minhas limitações, fui na roda/vácuo do Vinicius, que se certificava constantemente se eu estava bem. A cada pergunta o passo dele aumentava até que avistamos nas longas retas um grupo cerca de 700 metros a frente. Ele alegou que seria interessante se buscássemos aquele grupo e assim poderíamos nos poupar fazendo vácuo. Me sentia bem e então apertei o passo como quem fosse tomar a frente. Forte como ele é, a resposta foi imediata e então voltei a ficar atrás dele. Alcançamos o grupo. O Vinícius ainda tomou a frente do grupo e ajudou muito atleta cansado dalí que se relutava a puxar o grupo. Eu inclusive. Fiquei na minha, me guardando até chegar ao asfalto. Dalí em diante eu e ele disparamos e seguimos rodovia/asfalto os últimos 11km da etapa!

E da-lhe mais retas! 
Essa foi uma etapa "pobre" de imagens da gente. Acredito que o calor, derreteu também os fotográfos!

Mais um pequeno grupo
Ao avistar as placas de entrada em Mucugê uma sensação indescritível de realização me tomou! Aceleramos muito aqueles km finais e entrando na cidade, ao avistar o pórtico de chegada eu sugeri ao Vini de cruzarmos a linha de chegada abraçados! Nada como retribuir o apoio dele e comemorarmos a conclusão da penúltima etapa. Numa fração de segundo imaginei a nossa foto sendo registrada para o jantar do dia, no telão! Seria fantástico! E aí... um problema nos aconteceu...

Ao tirar uma das mãos do guidão e abraçar o Vini, não percebi o abraço dele. Pior que isso, percebi que ele começou a abaixar e quando nos demos conta, estávamos os dois, estatelados no chão. Isso mesmo! Nós caímos a metros da linha de chegada! Enquanto desenroscava os pedais da sapatilha que ainda estava clipada, notei que o Vini estava mais enroscado que eu. O locutor gritava "PARAMÉDICOS!!!" e em seguida sugeria que estávamos passando mal e que era uma situação de emergência. Muito constrangedor, mas ainda assim, nos levantamos sorrindo (o Vini nem tanto... acho que ele queria me matar pela minha ideia) e até que nos saímos bem dessa! Depois de tudo o que passamos, isso tiraríamos de letra, você não acha?

Isso mesmo! Finalizamos a penúltima etapa! Falta muito pouco! Mais 67km no dia seguinte, sétima etapa e então seremos finishers da Brasil Ride!

Link do Strava: Strava Ride
O reflexo do tempo perdido foi visível na etapa
Vídeo da etapa 6


Etapa 7: Mucugê

Eis que o derradeiro dia chegou!
Perfil da última etapa
Muito pouco para concluir um projeto que nasceu 1 ano antes! De lembrar de amigos que já haviam tentado e dos que haviam feito! De curtir o monte de novos amigos que fizemos! De tirar sarro dos gringos que não entendiam nossa brincadeiras. Mas ainda havia uma etapa respeitável pela frente!

O Pablo, nosso embaixador da Orphans Africa, teve seu parceiro desqualificado e faria a etapa, mesmo não estando mais em condições de ser considerado finisher. Isso mesmo, só é finisher se a dupla completar todas as etapas. Então ele propôs de fazermos a etapa em trio! Vestimos o mesmo uniforme e isso seria interessante!

Acontece que o Pablo tem um ritmo de pedal mais forte que o do Vinícius e obviamente mais forte que o meu.

A alegria de estar prestes a concluir a Brasil Ride, era tanta que eu não medi muito os esforços para acompanhá-los! Fomos muito fortes! Eu sofria a cada subida, mas me superava nos single tracks, chegando as vezes imprimir o ritmo deles!
Chegando ao ponto de apoio. Faltam 20km! 
A etapa cruza paisagens impares da Chapada e finaliza os últimos 20km refazendo o trajeto do prólogo! Foi absurdamente bacana passar novamente por aqueles duros trechos de pedras e singles, depois de tantos dias superando os mais difíceis e saborosos single tracks que ja fiz! Me senti como se tivesse feito uma pós graduação de Mountain Bike. A superação dos obstáculos estava mais natural, mais fácil, mais simples. De fato realizar uma Brasil Ride, é subir alguns patamares técnicos, físicos e de auto conhecimento.
Louco, vidrado, pirado em single tracks!

Assim, em trio, cruzamos a linha de chegada!
Indescritível, sem preço, finalizamos nossa Brasil Ride! 
Acaboooouuuuuu!
Link do Strava: Strava Link

A ajuda do Pablo nos fez superarmos a nós mesmos e finalizarmos em 40º a etapa! 
Vídeo da etapa 7


Resultado Final Categoria OPEN

Etapa 8: Agradecimentos

Familiares: Minha esposa, a Claudinha. Suportou e suporta todos os meus defeitos como homem e também meus exageros, inclusive com as bicicletas. Te amo! Meus filhos Isabela e Gustavo que além de terem muita paciência com minha ausência nos meses de treinos e também aos fins de semana, ainda se veem no esporte e vez ou outra pedalam comigo! Meus irmãos e irmãs e todos os familiares mais próximos que acompanharam essa minha "insanidade".

Dupla/Parceiro: Vinícius Martins. Esses raros amigos que a vida nos presenteia! Baita cara, baita ser humano, baita coração, te levarei sempre comigo no lado esquerdo do peito, lá dentro do coração. Assim como diz a canção! Sem você, eu honestamente não sei se teria conseguido!

Amigos: Não vou citar nomes, para não ser injusto. São muitos caras! Uns que me orientaram no meu início no esporte, alguns de perto, outros de longe. Alguns que me acompanharam em alguns treinos e tiveram a paciência de seguir a minha planilha de treinos e frequência cardíaca. Alguns que incentivaram durante a preparação, outros que mesmo com toda a precariedade de sinal de internet mandavam whatsapp, facebook, twitter, instagram e também a cada um daqueles que duvidaram que eu terminaria. Vocês foram muito importantes, pois me fizeram duvidar de mim mesmo e me superar a cada etapa.

Treinador: Cadu Polazzo. O cara é uma fera, que fala baixinho, com minúcias, mas muita profundidade e que é capaz de extrair resultados fantásticos mesmo de caras limitados como eu, que comecei no esporte a menos de 7 anos, que concilia uma agenda profissional, familiar e social muito intensa. Ainda assim treina a seleção brasileira, os atletas profissionais e por diversas vezes esteve pessoalmente treinando e acompanhando meus treinos no Parque Cemucam. Nunca vou esquecer das suas palavras em nossa última mensagem, na véspera da viagem: "Vai voltar finisher. Pode acreditar!" Você é de verdade um Mestre!

Orphans Africa / Pablo Rodriquez: Pela acolhida da ONG, pelas dicas, pelo carinho e amizade gratuita oferecida, os uniformes, o café na sua casa quando fui retirá-los, além da suplementação SUUM e Glicofast que fizeram toda a diferença nesses dias de batalhas.

Meu Mecânico de Bike: Daniel Aizawa! Profundo conhecedor das minhas necessidades ciclísticas e que prepara sempre as minhas bikes de forma magistral. Minha bike passou completamente ilesa por 614km na Chapada Diamantina.

A minha fé: Sou respeitador de todas as religiões e pensamentos, mas não vou fugir da minha fé Cristã e ao meu Criador que se põe acima de absolutamente tudo o que tenha escrito! É Ele que me dá saúde e condições de sustentar a mim, minha família, zelar pelos amigos, pelas coisas justas, perfeitas e honestas. Peço a Ele que me conserve e me fortaleça dia a dia nesses preceitos.

Também a você que se deu o trabalho de ler até aqui e, que não é menos importante, seja amigo antigo, amigo novo, ou que me conhece de vista ou até que nem me conhece! A todos, Muito Obrigado!