Big Biker 2012 # 1 Itanhandu MG

Eis o tamanho, ou melhor, a distância e altimetria da brincadeira. 

Baita prova! 

Depois de 3 anos disputando algumas etapas dessa copa na categoria SPORT, enfim eu resolvi criar, digamos que vergonha na cara, e disputar a categoria PRO. Posso dizer que me arrependi profundamente em não ter feito essa opção antes. Tudo bem que ia requerer mais treinos, mas eu gosto disso! Me alivia muito do estresse diário, além de ser saudável e muito motivante! 

Como Itanhandu é um pouco distante, O Rodrigão e sua esposa Eliana, nos acolheram no "Bike Móvel" deles e fizemos a viagem no sábado a tarde, levando também o Daniel Aizawa (Planeta Bike). Chegamos por lá por volta das 20h, pegamos os kits da prova e bora pra estrada de novo, já que nossa pousada foi reservada em Passa Quatro, cidade que fica por volta de 15 km antes de Itanhandu. A reserva da pousada nessa cidade se justifica porque o Big deve ser o maior evento do ano de Itanhandu, uma cidade linda e muito acolhedora, logo as pousadas, albergues e qualquer imóvel com capacidade de acolher algum aventureiro, se esgota na mesma proporção de toda a hospitalidade de seus habitantes. 
Deu pra entender porque é Mountain Bike?
Domingo pela manhã, depois de uma noite bem descansada e um "senhor" café da manhã, fomos alinhar para a largada. Confesso que há muito eu não sentia um frio na barriga com sentira. Essa foi minha 54ª prova de ciclismo, mas tinha um sabor especial, tal a dificuldade e a necessidade de ter uma estratégia bem estruturada, sabendo os momentos de dosar a força e colocar a prova os resultados das 11 semanas de treinos. 

Dada a largada a estratégia era se manter constante, controlando a frequencia cardíaca, mas aí surgiu o primeiro probleminha. Há algum tempo eu havia trocado a bateria da cinta cardíaca e bem no dia da prova ela resolveu acabar... A experiencia conta muito nessas horas e me controlei pela percepção de esforço. Fiquei "sussa" e quando ameaçava ficar ofegante, sabia que estava exagerando e dava aquela segurada no ritmo. 
Força 202!
Vou lhes falar uma coisa: A Serra da Mantiqueira é absurdamente linda! Isso porque no ritmo da prova, não dá e não é recomendável perder a atenção da pilotagem da bike. Haviam trechos potencialmente perigosos, mas absurdamente lindos. Fomos abençoados por um daqueles dias de sol, poucas nuvens e raio de visão com mais de 10 kms de um horizonte de muitas montanhas, uma após as outras, ao lado, enfim uma "pintura" da natureza. Cheguei a lembrar das pequenas "montanhazinhas" que o vai e vem das ondas do mar proporcionam na areia, mas aqui as montanhas eram imensas. Certamente em um passado muito longínquo assim foram "esculpidas" pelo nosso Criador. 

Mapa da prova gerado pelo GPS da bike
Rodrigo a direita (azul)
A prova, como citei, era e foi muito dura. A administração da força era primordial e assim fui realizando a minha prova. Na Serra do Condado, onde chegamos a quase 1.100 metros acima do nível do mar, me sentia firme e com vontade de "socar a bota", mas não era hora pra isso. Ah! Vocês não imaginam a alegria das crianças que vivem nas fazendas da região, com uma vida muito simples, quando eu estendia minha mão, mesmo que em movimento, para que eles pudessem tocá-la. As crianças ficavam sorridentes e saltitantes! Os pais aplaudiam aquele "evento"! Confesso que imediatamente e inevitavelmente me lembrei dos meus filhos. A endorfina da prova e a emoção pelo amor que tenho por eles, me causaram uma sensação mágica! Indescritívelmente boa!

Seguindo adiante na prova, mais um sobe e desce constante, até que se aproximava a temida Serra do Palmital, ponto mais alto da prova com quase 1.300 metros acima do nível do mar. Depois de 64 kms era hora de "escalar" uma montanha com quase 300 metros de ascensão ininterrupta. De novo, hora de administrar a força. Vencida a serra, agora era descarregar nos pedais a força que ainda restava e finalizar a prova mais prazerosa que fiz até hoje. 

Daniel Aizawa - Parceiro de pedal e responsável pelos cuidados com as nossas bikes
Quero aqui registrar alguns agradecimentos. A minha esposa por entender essa minha "necessidade" de pedalar e permitir que eu me deslocasse tanto por uma prova. Ao Rodrigo (estendido a sua esposa Eliana) pela carona, todo o apoio prestado e por me aguentarem fazendo piadas a viagem toda, me arriscando a cantar dentro do carro, tanto na ida quanto na volta da viagem. Ao parceirão Daniel que além de companheiro de pedal, é o cara que cuida com carinho e muita técnica das nossas bikes e as mesmas tenham condições de aguentarem o tranco de uma prova dessas. Acima de tudo e de todos (claro que sempre respeitando a fé de todos) ao meu Pai, meu Deus que me dá saúde, disposição, alegria, família, amigos, bicicletas e tudo o que um homem precisa para ser feliz.

Video by Marcelo Machado



Video by 
patolouco - Eh nóis Racing - Londrina PR
Assista a prova on board e sinta a sensação de estar nessa prova de Mountain Bike.


Keep biking!